PGR solicita condenação de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

PGR pede condenação de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta segunda-feira (14), ao Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete envolvidos considerados integrantes do núcleo central de uma suposta trama golpista.

O parecer foi protocolado por volta das 23h45 e encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Trata-se das alegações finais do processo — última etapa antes do julgamento, previsto para ocorrer em setembro.

No documento de 517 páginas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pede que os réus respondam pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado por violência e grave ameaça
  • Deterioração de patrimônio tombado

Somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Além de Bolsonaro, a PGR requer a condenação de:

  • Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Defesa);
  • General Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF);
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).

No caso de Mauro Cid, delator no inquérito, a PGR propõe a suspensão da pena devido ao acordo de colaboração premiada firmado com a Polícia Federal.

Bolsonaro como líder do plano

De acordo com a PGR, Bolsonaro teria atuado como principal articulador do plano para anular o resultado das eleições de 2022 e perpetuar-se no poder. O procurador Paulo Gonet afirma que o ex-presidente se utilizou da máquina pública, com apoio de integrantes do alto escalão do governo e de setores das Forças Armadas, para disseminar desinformação, fomentar o caos social e defender medidas autoritárias.

“Bolsonaro foi o maior beneficiário das ações, operando um esquema persistente de ataques às instituições e ao processo eleitoral, mobilizando agentes e recursos do Estado contra o interesse público”, afirmou o procurador-geral.

Próximos passos

Com o parecer da PGR, abre-se o prazo de 15 dias para que a defesa de Mauro Cid apresente suas alegações finais. Em seguida, os demais réus também terão o mesmo prazo. Após isso, a Primeira Turma do STF marcará a data do julgamento.

Nos bastidores da Corte, a expectativa é de que o julgamento ocorra ainda em setembro.

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