Sintufs denuncia colapso financeiro na UFS e alerta para risco de paralisação
O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal de Sergipe (Sintufs) veio a público denunciar a grave situação financeira enfrentada pela UFS. Segundo a entidade, a universidade está à beira do colapso por falta de repasses orçamentários do governo federal.
Apesar das promessas feitas pelo ministro da Educação, Camilo Santana, na última segunda-feira (26), de regularização dos repasses de custeio referentes a janeiro a maio, a realidade nas universidades e institutos federais, inclusive na UFS, permanece crítica.
Em reunião realizada nesta terça-feira (27) com a coordenação do Sintufs, o reitor André Maurício confirmou o cenário alarmante. A universidade enfrenta dificuldades para arcar com despesas básicas: contratos com empresas terceirizadas estão sendo pagos com atraso, fornecedores não estão recebendo, e a instituição chegou a acumular dívida de energia elétrica, levando a concessionária a ameaçar corte no fornecimento.
A situação afeta diretamente trabalhadores terceirizados, que vêm recebendo salários e benefícios com atraso, como auxílio-alimentação e transporte. O sindicato também relata casos recorrentes de assédio moral, agravados pela precarização das condições de trabalho. Apesar dos esforços da reitoria, o pagamento às empresas terceirizadas tem se tornado inviável diante da falta de orçamento.
Os efeitos da crise se estendem à infraestrutura da universidade. Há relatos de veículos parados por falta de manutenção, prédios com infiltrações, laboratórios comprometidos e falta de materiais básicos para limpeza e funcionamento diário.
Até o momento, o mês de maio não teve repasse financeiro do governo federal, e não há previsão de regularização. A UFS opera no limite e pode ser forçada a suspender atividades se a situação persistir.
O Sintufs alerta que o problema não é exclusivo da UFS: universidades e institutos federais de todo o país enfrentam dificuldades semelhantes, operando com orçamentos contingenciados enquanto aguardam soluções prometidas pelo Ministério da Educação.
Para o sindicato, o possível fechamento da UFS representa um retrocesso inaceitável, com impacto direto em áreas vitais como saúde, ciência, e formação de profissionais. Diante disso, o Sintufs convoca toda a comunidade acadêmica, movimentos sociais e a sociedade sergipana a se mobilizarem em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.
“A crise nas universidades federais é real e urgente. Precisamos reagir agora”, afirma o sindicato.